quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Como o paladar infantil se desenvolve?

Ok, acabou a licença-maternidade e, pra mãe que trabalha, não tem outro jeito: o baby vai ter que ir pra creche ou ficar sob os cuidados de uma babá!

Além de todas essas mudanças de rotina, mais uma novidade vem chegando. Passado o período de amamentação exclusiva, começa a fase de introdução dos alimentos sólidos. E com ela, uma série de dúvidas vem à tona. Uma das principais diz respeito ao desenvolvimento do paladar infantil.

Assim como as digitais, o paladar de cada bebê é único. Apesar de todas as crianças saudáveis nascerem com a capacidade de distinguir os quatro sabores inatos (doce, salgado, amargo e ácido), nenhuma sente gosto e cheiro igual a outra. Nem irmãos gêmeos. Cada uma tem suas preferências, que podem estar associadas ao grau de sensibilidade que cada bebê tem dos sabores. Uns podem gostar mais do sabor salgado. Outros, mais do ácido. Mas todos, em geral, nascem sensibilizados para o doce. Isso não acontece por acaso. É para a própria sobrevivência do bebê. O sabor do leite materno e dos leites de fórmulas é o doce.

Mesmo sendo tão particular, o paladar é um sentido a ser estimulado. Ao nascer, o bebê sente apenas os quatro sabores inatos, mas não as nuances dos alimentos. A única maneira de estimular o paladar é oferecendo uma alimentação variada e colorida, algo que ocorre a partir dos seis meses. A jornada de sensibilização do paladar é longa e passa por fases estranhas.

Quando a criança está com dois ou três anos de idade, por exemplo, começam a surgir as preferências e as rejeições alimentares. Esse comportamento infantil, porém, não indica a maturidade do paladar. É a dura fase da seletividade alimentar, que costuma desaparecer por volta dos sete ou oito anos. Pesquisas indicam que as papilas gustativas infantis estão sensibilizadas lá pelos dez anos de idade. Mas novas mudanças ocorrem. Estudos mostram que, na infância, sabores como o do chocolate e do morango são mais aceitos. Na adolescência, começa-se a gostar daqueles antes execrados, como brócolis ou aspargo, ou seja, os amargos. Na velhice, o sabor da baunilha é mais aceito.

Até o período das primeiras rejeições, aos dois anos de idade, o papel da família é fundamental para a formação do paladar infantil (e depois dessa fase também porque a criança pequena não sabe naturalmente o que é bom para ela). São os adultos que apresentam os novos sabores, as novas texturas, os aromas diferenciados de cada alimento. Quanto mais variado for o cardápio, maiores as chances de a criança ampliar o repertório do seu paladar. Mesmo que cada bebê nasça com certa disposição para gostar de um alimento e rejeitar outro, ele só irá descobrir do que gosta e do que detesta, provando – talvez tenha de provar até dez vezes a mesma comidinha para dizer que ama ou para travar os lábios.

Oferecer refeições com sabores diferenciados é fundamental para a criança descobrir, inclusive, o prazer na alimentação. Você já comeu uma refeição sem prazer? A experiência deve ter sido ruim. Se a comida não for gostosa, nem bebê vai saboreá-la.
Ainda que a necessidade de um cardápio diário variado seja fundamental para o desenvolvimento do paladar e para a saúde infantil, os alimentos precisam ser apresentados aos poucos. Introduzir num mesmo dia vários alimentos de sabor amargo é um risco. Mesclar os tipos de sabores é uma estratégia para ganhar admiradores de alimentos.

O fundamental é não exigir que o bebê coma além do que cabe no estômago dele. Estudo publicado no Jornal da Pediatria, no ano 2000, mostra que os pais ficam mais preocupados com o prato vazio do que com a qualidade e a variedade das refeições que oferecem aos pequenos.

in: http://colunas.crescer.globo.com/nestle/

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